Inesquecível. Pelos motivos certos ou não, é assim que muitas mulheres descrevem sua primeira experiência com o sutiã. Cheio de significados, o primeiro sutiã assinala um marco da vida feminina, uma espécie de rito de passagem da infância para o começo da vida adulta.
Cada mulher vê as coisas de um jeito diferente, tem suas próprias ideias e, invariavelmente, tem histórias e pontos de vista distintos. Para algumas mulheres, a experiência do primeiro sutiã foi mágica, como aconteceu com Cris Guerra, do blog Hoje Vou Assim “Eu adorei usar meu primeiro sutiã e fiquei ansiosa pra chegar esse dia. Minha mãe me deu uma blusa de tricô branca que ficava um pouco transparente. Usei isso como pretexto pra ela comprar meu sutiã. Ela escolheu um modelo que na época se chamava ‘menina-moça’, era lindo. Eu me senti a mulher mais feliz do mundo quando usei”.
Uma coisa é certa, se esse début feminino representa uma transição importante, exige, ao mesmo tempo, uma boa dose de paciência na fase de adaptação. É o que conta Deborah Bresser, editora de moda do portal IG: “Usei muito cedo, com uns 11 anos, mas me incomodava muito e na adolescência praticamente aboli o sutiã”. A magia também não durou muito tempo para Cris: “o sutiã me incomoda profundamente. Quando coloco, principalmente os de meia-taça, me sinto poderosa e linda, mas bastam cinco minutos para me incomodar”.
Uma das razões do desconforto é a numeração. Até que ponto é inteligente padronizar uma peça feita para vestir uma região do corpo que é cheia de curvas? É o que conta a redatora de beleza da revista L’Officiel Brasil, Stephanie Noelle: “No Brasil ainda acho as numerações da maioria das marcas bem difíceis, então acaba não sendo tão confortável! Acho a maioria mais bonitos do que confortáveis, então olho por esse lado”. O desenvolvimento de modelagens mais variadas ajuda nesse sentido, como diz Deborah: “Eu tenho as costas grandes e largas e o seio médio, não era facil achar. Hoje em dia com as numerações alternativas ficou bem melhor”.
Ergonomia à parte, o que se percebe é que hoje, o sutiã não é mais visto como uma peça utilitária, um simples suporte para os seios. À sua carga simbólica de feminilidade somou-se o predicado de item de moda. A infinidade de materiais empregados no feitio da peça e a melhora nos acabamentos conferem ao sutiã status de peça desejo. “achava o sutiã um transtorno. Hoje, porém, vejo minha filha e as amigas alucinadas por cores, modelos. Acho que para elas é um elemento de moda”, revela Deborah.
Confortável ou não, utilitário ou fashion, o sutiã faz a ponte entre duas porções de uma só mulher, que deixa a infância rumo à idade adulta e que tem de afrontar uma série de novos desafios, estando ela pronta ou não. Tendo que se colocar nessa posição, que esteja bem amparada.
[via: alllingerie]
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