A lingerie em exposição na loja pode ser bonita e ter um preço convidativo, mas essas não são as únicas questões que deveriam influenciar na compra de um sutiã.

Características determinantes como circunferência e, principalmente, o modelo correto para o corpo da mulher, tornaram-se itens de análise secundária para as consumidoras. O que é um erro.

Por muitos anos, o Brasil vendeu apenas um tipo de sutiã, considerado universal para todas as mulheres. Esse modelo, como explica Lígia Buonamici Costa, diretora de operações da Liz, era confeccionado para mulheres simétricas, com a medida das costas proporcional ao tamanho dos seios. Porém, apenas 20% das brasileiras tem essa característica.

Ao longo dos anos, por influência do mercado europeu, um novo sistema métrico foi incorporado ao mercado nacional, e o corpo feminino passou a ser analisado como um todo – largura das costas, tamanho e formato dos seios – para a configuração do sutiã.

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Mesmo em estudo há muitos anos, o Brasil ainda não adotou uma tabela oficial de tamanhos e medidas para o país, por isso, na hora da compra, é preciso fazer uma análise entre corpo e peça, tanto para aproveitá-la ao máximo e deixar o colo mais bonito, quanto para evitar problemas de saúde.

Meia-taça, o democrático

Na dúvida, aposte em um modelo tradicional, como explica Natália Matuck, gerente de criação da Scala:

– Acho que o sutiã mais democrático que existe é o modelo meia-taça. Ele cai bem na maioria das mulheres.

Porém, qualquer modelo da peça deve vestir bem e não incomodar ou necessitar de ajustes ao longo do dia. Lígia Buonamici comenta:

– A primeira coisa na hora da compra é identificar o tamanho de sutiã, casando a medida das costas com a medida do seio. A mulher pode ter costas largas e o seio pequeno, por exemplo. Depois de descobrir o tamanho correto, é hora da indicação do melhor modelo. Existem os específicos para todos os corpos como, por exemplo, para a mulher que tem o seio separado, porém firme; separado e flácido; volumoso etc. Para cada necessidade, existe uma solução de sutiã.

Bem-estar e saúde

A escolha do modelo correto vai além da estética. É também uma questão de saúde. A ginecologista Claudia Gazzo comenta a importância da peça para o bem-estar do corpo feminino:

– O modelo de sutiã errado pode provocar cicatrizes nos ombros devido à relação inadequada do volume mamário e espessura das alças. Causa também arranhaduras nos mamilos, feridas na pele, eczemas e inflamações por causa da presença de várias costuras e aros de sustentação. Além de alergia ao material sintético utilizado e dor mamária pelo uso do tamanho incorreto.

Para fazer exercícios físicos

Nem só a autoestima e a aparência no dia a dia estão ligadas às necessidades de compra. O perfil da consumidora passou a ser dividido de acordo com o uso da peça, e a indústria têxtil acompanhou a evolução criando modelos específicos, como os sutiãs feitos para o conforto e proteção da mulher durante os treinos, corridas e outros exercícios. A ginecologista explica:

– As mulheres que fazem academia ou corrida devem usar top, que foi desenhado para este fim. Os melhores tecidos são os mesmos empregados para atletas profissionais, que não retêm suor, calor e umidade. Os melhores modelos são os que dão ótima sustentação, mantendo as mamas firmes e no lugar durante as atividades físicas.

À noite

Faz parte do hábito de algumas mulheres usar sutiã para dormir. A prática não é contra-indicada, porém existem alguns fatores que precisam ser respeitados para uma boa noite de sono sem que o corpo seja machucado. Segundo Lígia Buonamici Costa, o modelo ideal para uso noturno é aquele que não tenha aro, não seja justo a ponto de prejudicar a circulação sanguínea e possibilite a liberdade de movimentos.

Gestantes

A ginecologista Cláudia Gazzo completa com uma informação importante para as gestantes:

– Dormir de sutiã não faz mal, desde que seja um modelo confortável. O uso noturno do sutiã é recomendado para gestantes e também no período pré-menstrual para mulheres que apresentam dor mamária. [via: R7]