A história do sutiã é a história da mulher. Nossas roupas de baixo definem nosso relacionamento com nós mesmas e com o mundo ao nosso redor. Nos anos 60, a primeira onda do movimento feminista nos uniu nas ruas, demandando direitos e igualdade sexual. Nossos sutiãs foram queimados, um ato libertador e revolucionário que soletra: somos mulheres independentes e inteligentes, não precisamos esconder nossos corpos. Somos pessoas, não objetos sexuais.
Nos cantos mais escondidos das subculturas, os punks e góticos dos anos 80 e 90 subvertiam o significado de lingeries começando pelo corset. O antigo símbolo da submissão e “regularização” do corpo feminino foi usado como vestuário exterior para fins de rebeldia e emancipação feminina. A designer Vivienne Westwood, grande entusiasta desse cultura do ‘faça você mesmo’ tem por característica própria o uso de releituras do corset em seus desfiles, sempre subvertendo suas conotações originais de dominação. Por isso mesmo as ‘mocinhas’ do punkfaziam questão de mostrar sutiãs e calcinhas: elas queriam passar a mensagem de que não eram produtos perfeitos de uma sociedade sem esperança, mas sim donas de seus próprios corpos e destinos.
A diferença com os dias de hoje é absurda. Ninguém pensa duas vezes quando vê uma cantora fazendo show de lingerie. Nos anos 80, Madonna arrasou nossos corações e quebrou tabus com o sutiã icônico desenhado por Jean Paul Gaultier, feito de cetim rosa e formato cônico. Desde então, celebridades nunca mais pararam de trazer suaspeças íntimas para situações decididamente públicas (os palcos e as ruas também), Brtiney, Gwen, Riri e Miley são só alguns exemplos. Por causa disso, calcinhas e sutiãs não são mais peças de algodão cor de pele destinadas a viver escondidas no fundo da gaveta para nunca ver a luz do sol. Longe de vulgaridade, usar a roupa debaixo no dia-a-dia tem tudo a ver com o feminismo. Tem a ver com mostrar pro mundo que somos mulheres fortes, sem neuras com nossa sexualidade e acima de tudo, antenada com os tempos modernos.
Agora que sabemos porque, podemos pensar no como.
Que tal colocar um short de cintura alta com sutiã e uma camisa desabotoada por cima? Ou então use uma blusa ou casaco transparente por cima. Também vale apelar para calcinhas do estilo ‘brief’ (aquelas mais fechadinhas)aparecendo por cima do cós da calça. Quem é mais ousada pode misturar estilos, colocando lingerie esportiva com blazer e calça social. As possibilidades são infinitas.
Muitas marcas especializadas neste mercado produzem sutiãs e calcinhas totalmente diferenciados. Na gringa tem a Chromat, por exemplo, que produz peças com um clima de bondage e S&M. Eu também amo a Noe, marca com quem já trabalhei que tem um estilo urbano e minimal, super chique. E como esquecer da Calvin Klein, que sempre arrasou com suas lingeries de logo?
Eu amo a Janiero, marca brasileira que esbanja criatividade e traz uma modernidade necessário para o mercado de lingeries brasileiras. Recomendo a Lace & Others, outra marca brasileira com opções mais acessíveis e designs adeptos ao dia-a-dia. Agora quem é dyva baphosa vai amar conhecer o Fernando Cozendey, designer que desfila suas criações na Casa dos Criadores em São Paulo. Seus bodies são incríveis, únicos e olha a melhor parte: a última coleção foi inspirada na cultura drag, o epitome da mulher moderna, desde sempre adeptas a usar roupas de baixo publicamente.
Via: http://modices.com.br/moda/tendencia-da-lingerie-a-mostra/?utm_source=ModaIT&utm_medium=site&utm_term=post&utm_content=link&utm_campaign=ModaIT_site
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