A criação de moda não é apenas um trabalho que demanda a criatividade do estilista. Ela envolve um conjunto de etapas que não são expostas aos consumidores finais, mas são essenciais para o sucesso da coleção.
As novas tendências que surgem a cada dia, as diferentes formas de se usar um acessório ou o retorno de uma moda que fez sucesso antigamente, surgem pela materialização de um conceito criado pelos estilistas.
Pode ser que um simples passeio a um museu ou ponto turístico dê início a uma coleção, assim como o comportamento da sociedade ou um filme, inspire o designer a criar as roupas que você usa diariamente.
Mas, todas essas ideias, antes de serem colocadas em prática, passam por um longo trabalho de análise, pesquisa, viabilidade econômica e, principalmente, de mercado. Afinal, tudo que é criado tem como objetivo satisfazer o desejo ou a necessidade dos consumidores. Então, entender o que o público quer é essencial.
Tudo o que você vê nas lojas e o que têm em seu armário passou por esse processo de criação. Quer saber mais como funciona e aplicar isso na empresa em que trabalha? Continue a leitura!
Como funciona a criação de moda?
Como a moda está em constante transformação, os estilistas devem estudar a necessidade daquela coleção para o mercado, se ela realmente atende ao que os consumidores precisam e desejam. Logo após, existem outras etapas que envolvem diversas pesquisas, definições e, por fim, a produção.
Para que todos os passos sejam cumpridos, é preciso fazer um planejamento e um cronograma de atividades. Como as coleções são lançadas estrategicamente para as diferentes estações, é importante estabelecer prazos para que o trabalho não atrase e os produtos vendam exatamente no momento em que seus consumidores estão procurando ou precisando.
Quais são as etapas da criação de moda?
Pesquisa de mercado
Dois fatores são essenciais para a pesquisa de mercado: o público-alvo e os concorrentes. Primeiro, é necessário saber para quem a coleção está sendo criada, analisar o que os consumidores necessitam e desejam comprar. Essa análise vai muito além de definir se o público é feminino, masculino ou infantil.
A equipe de criação deve segmentar os grupos de compradores, pesquisando a idade, hábitos de consumo, perfil, estilo de vida e poder de compra. O comportamento dos consumidores é que dará significado à coleção e, entender tudo isso facilita o desenvolvimento e direcionamento dos produtos.
Após a definição de público, deve-se partir para a análise de concorrentes. É preciso observar o que as outras empresas do setor estão criando, o que teve aceitação do público, o que não teve e quais os conceitos trabalhados por eles. Partindo dessa análise, toda a equipe consegue reunir informações necessárias para criar algo diferente e estrategicamente positivo para a marca.
Pesquisa de tendências
Analisar as tendências é um processo de pesquisa muito importante para o desenvolvimento dos produtos. Apesar de a ideia ser a criação de algo novo, o estilista deve considerar o que está na moda, o que as pessoas estão gostando de usar. Pode-se levar em consideração conceitos e adaptar essas tendências, sejam elas cores, modelos, texturas, cortes ou estampas.
Por isso, essa etapa também envolve a análise de comportamento e pode ser feita através de conversas com os clientes atuais ou potenciais, análises de catálogos de concorrentes e ver o que estão usando nas ruas, blogs, revistas e sites de moda. A partir disso, os responsáveis por essa pesquisa saberão o que levar das antigas coleções para os novos produtos, fazer previsões de quais serão as novas tendências e como trazer isso para a identidade da marca.
Definição de conceito
É nessa etapa que entra a criatividade do estilista. Ele deve criar um tema para a sua coleção, que guiará toda a equipe de criação, produção e comunicação. As inspirações podem variar, sendo algo totalmente moderno, antigo, baseada em algo que ele viveu, ou algum acontecimento, um artista plástico e até fotografias.
Por essa razão, é essencial coletar e integrar as informações e elementos que o estilista deseja ter nos produtos, para criar algo harmonioso e original, mas que tenham relação com a marca e os clientes.
A partir disso, é criado um quadro de inspirações, onde são colocadas todas as referências e exemplos de modelagens necessárias para o desenvolvimento dos modelos e croquis. Assim, também são definidas as cores, estampas, tecidos e aviamentos que serão utilizados.
Análise de viabilidade mercadológica
Esta etapa é tão importante quanto a criação do conceito do produto. Antes de criar peças-piloto, é necessário analisar se aquela coleção é economicamente viável de se produzir. O custo de produção da peça é baseado não apenas no tecido e elementos que a compõem, mas também no tempo e trabalho para produção.
A partir desse valor, a equipe define qual será o preço de venda do produto e ele deve ser compatível tanto com o valor médio de produto da marca, quanto com o poder de compra dos potenciais clientes.
Nessa etapa é construída uma ficha técnica de toda a composição do produto para que ela seja aprovada, ou seja, retirada da coleção. Essa análise demanda muito estudo e pesquisa, pois o sucesso da coleção depende disso. Pesquisas tecnológicas também são necessárias, pois a cada dia surgem novos tecidos, mais baratos ou mais caros, que podem atender os consumidores.
Produção e divulgação
Após a aprovação econômica da coleção, são criadas as peças-piloto e a moulage, que é o molde da peça no manequim. Os ajustes são feitos no corpo do modelo e assim, parte-se para a produção de toda a coleção. Com a coleção pronta, a equipe de marketing e comunicação começa a atuar na divulgação.
São feitos os catálogos, conceitos de campanha e materiais para divulgação. Também se deve fazer uma pesquisa sobre como atingir os potenciais clientes, quais os canais de comunicação e linguagem.
A criação de moda é um processo longo e as pesquisas compõem a maior parte do planejamento. Todas essas etapas são essenciais para que se tenha um resultado positivo, tanto econômico quanto criativo, atendendo ao nicho de mercado em que a marca está inserida, seja ele comercial ou conceitual.
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