
WGSN aponta características da emoção do consumidor em 2027
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Você já percebeu como a emoção influenciam os hábitos de compra das pessoas? Atualmente, o sentimento atrelado faz parte do produto que está sendo anunciado, e impacta diretamente na decisão de compra. E se, para criar coleções de moda, fosse possível mapear o que as pessoas estarão sentindo no futuro?
Foi isso que a WGSN pesquisou e analisou, colocando as emoções no centro das previsões de consumo. Assim, a plataforma identificou seis estados emocionais que vão definir o consumidor do ano de 2027.
Pensando nisso, nesta matéria de blog, vamos abordar essas informações, tão importantes para preparar o seu negócio para o futuro. Dessa forma, você pode compreender exatamente como o consumidor vai se sentir daqui a dois anos e, principalmente, como ele vai querer se sentir. Então, vamos lá!
Emoção: a chave para se conectar
Entender como o consumidor quer se sentir é essencial. Afinal, você nunca está vendendo somente um produto. Na verdade, o valor dele está, principalmente, nas sensações que ele provoca na pessoa que está comprando o produto ou serviço. Por isso, entendemos que as emoções são a chave para se conectar.
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Este conteúdo traz um recorte das macrotendências da WGSN para 2027. Assim, a plataforma reconhece que os sentimentos não apenas afetam desejos momentâneos, mas conduzem, de forma profunda, as decisões de compra, as preferências de estilo e até a maneira como as pessoas se relacionam com as marcas.
Portanto, ao compreender essas emoções com antecedência, você pode desenvolver coleções, campanhas e experiências que estejam em sintonia com o que o público vai buscar. É por isso que, a seguir, apresentamos os seis estados emocionais que, segundo a WGSN, vão definir o perfil do consumidor em 2027:
1. Desvontade:
Como diria Billy Joel: slow down, you crazy child… Definida como a vontade de estar livre de responsabilidades, a Desvontade é uma emoção que já aparece nas redes sociais e será consolidada principalmente em 2027, à medida que as pessoas continuam se sentindo sobrecarregadas em meio à era policrise.
Conforme previsto também pela WGSN, 2026 será definido pela “Grande exaustão”. Esse termo representa a sensação de esgotamento causada pelo estresse da era digital e pela produtividade excessiva no local de trabalho.
Assim, o nome “Desvontade”, uma referência ao Dicionário das Tristezas Obscuras de John Koenig, é posicionado como uma reação a essa exaustão. Nesse contexto, as pessoas se esforçam para viver uma vida mansa: tranquilidade, menos riscos, menos tarefas, menos solidão e mais conexões significativas. Portanto, em 2026, as pessoas vão desejar o conforto e, em 2027, agirão de acordo com esse desejo.
Dessa forma, o que vai impulsionar o consumidor, segundo a Desvontade, são três desejos: o de se tornar despreocupado, o de se sentir curioso e o de abraçar o amor. Então, tenha em vista esses aspectos ao criar narrativas para as suas coleções!
2. Otimismo cético:
Com a tecnologia se transformando mais a cada dia, as pessoas tendem a adotar uma postura de desconfiança. Assim, apesar do otimismo, é esperado um grau de ceticismo e essa mentalidade também faz parte do consumidor de 2027.
A WGSN já apontava o Otimismo Realista para 2024 e o Otimismo Racional para 2026. Agora, chega a vez do Otimismo Cético, que combina esperança com uma dose de receio. Isso porque a inteligência artificial, os deepfakes, a manipulação de dados e a desinformação causam apreensão.
Nesse sentido, as pessoas continuam se encantando com o potencial das inovações, mas também vão questionar seus efeitos e consequências. Esse estado emocional é impulsionado pelo fascínio pela inovação, o medo de erros e a desilusão com promessas passadas.
Ou seja, o consumidor seguirá sonhando com o futuro, mas com os pés firmes no chão. Aqui, as marcas que souberem equilibrar encantamento e segurança terão vantagem.
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Adaptação resiliente:
Se não dá para controlar a tempestade, aprenda a dançar na chuva. E é exatamente isso que define a Adaptação Resiliente, o terceiro estado emocional que vai guiar o consumidor em 2027.
Aqui, diante da crise climática e da sensação de impotência, as pessoas vão buscar formas práticas de se sentir seguras novamente. Assim, a engenhosidade vira um mecanismo essencial para lidar com o medo, a incerteza e os impactos ambientais cada vez mais visíveis.
Esse comportamento nasce do que a WGSN já chamava de “Angústia Moral”, quando queremos agir de forma sustentável, mas muitas vezes as alternativas ainda são inacessíveis. Portanto, marcas que acolhem o consumidor, oferecendo soluções concretas, duráveis e que transmitam segurança, estarão no centro das decisões de compra.
4. Esperança cívica:
A esperança já foi o motor para superar crises, mas os últimos anos abalaram esse sentimento. Inflação, tensões políticas e um mundo cada vez mais polarizado fizeram muita gente perder a fé nas instituições.
Mas em 2027, segundo a WGSN, a Esperança Cívica volta com força e de forma mais prática. Assim, o foco será nas ações individuais e no impacto real que cada pessoa pode gerar dentro da sua comunidade.
Esse movimento surge como resposta à raiva e à sensação de impotência que marcam a atual “era policrise”. Mais do que nunca, o consumidor vai buscar marcas e iniciativas que incentivem o respeito, o senso de pertencimento e o empoderamento coletivo.
Portanto, se sua marca quer se conectar com esse público, precisa entender a Esperança Cívica. Para ativar essa emoção, será necessário criar soluções que fortaleçam as pessoas e mostrem que elas fazem parte da mudança.
5. Vigilância compartilhada:
Em um mundo incerto, a estabilidade surge ao proteger o que valorizamos e aqueles que zelamos. Assim, em 2027, veremos um aumento da chamada Vigilância Compartilhada: o uso coletivo de tecnologia e redes sociais para proteger pessoas, espaços e pertences.
Ferramentas como o Friend Map do Instagram e aplicativos de rastreamento já fazem parte do dia a dia, mas agora ganham um viés social, permitindo que amigos e comunidades se protejam juntos. Ao mesmo tempo, cresce o desconforto com a exposição excessiva e a nostalgia de uma era “pré-vigilância digital”, o que torna o consumidor mais seletivo com quem compartilha dados ou revela seus gostos e experiências.
Nesse contexto, a Vigilância Compartilhada será guiada por sentimentos de nostalgia, cautela e incerteza, mas abre espaço para inovações que tragam mais segurança e satisfação coletiva.
6. Alegria como emoção estratégica:
Por fim, explora-se a Alegria Estratégica, uma resposta também ao desgaste emocional, que ganha força como ferramenta de conexão, autoconhecimento e inclusão. Afinal, depois de anos marcados por estresse, tédio e excesso de emoções conflitantes, 2027 será o ano de resgatar o prazer de viver.
Dados já mostram o impacto da felicidade e de marcas divertidas: na Austrália e Nova Zelândia, 60% dos consumidores têm melhor percepção de empresas com humor, e nos EUA, a falta de felicidade no trabalho gerou US$ 1,9 trilhão em prejuízo em 2023.
Por isso, a alegria será levada a sério, dentro e fora das empresas. Nesse sentido, veremos mais iniciativas que combinam criatividade, memes e cultura pop. Isso acontece inclusive na política, como já fizeram Kamala Harris e Tim Walz com a “política da alegria”.
Para compreender melhor, a Alegria Estratégica será impulsionada por sentimentos como desregulação, estresse e tédio, e vai evoluir para aspirações de inclusão, serenidade e inspiração. Portanto, é essencial para as marcas que unam propósito e diversão, ajudando o consumidor a reimaginar o mundo.
Agradecemos por ler até aqui! Esperamos que este artigo tenha sido útil para você. Se você gostou, compartilhe com seus amigos, deixe seu comentário e continue acompanhando o nosso blog para mais dicas e tendências de moda.
Até a próxima!
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