O Slow Fashion é um conceito de moda que está mudando as relações de consumo. As marcas estão tendo mais atenção no processo de produção, visando a sustentabilidade
Até bem pouco tempo, era comum ter uma peça de roupa ou acessórios herdados da família – um blazer de corte impecável, um vestido de festa atemporal, ou uma bolsa que resiste ao tempo. Essas peças que se mantêm bonitas e modernas com o passar dos anos estão cada vez mais sendo procuradas pelos consumidores.
Esse movimento vai ao contrário do Fast Fashion, que envolve a produção em massa de peças. No Fast Fashion, as trocas de coleções ocorrem rapidamente, o custo da produção é menor e o see now buy now (veja agora, compre agora) é incentivado, passando às pessoas a sensação de imediatismo e desejo em comprar essas peças.
Dessa conta de produção e descarte rápido das peças, ficaram de fora os custos ambientais, os danos causados pela mão de obra barata e outros aspectos sociais.
Na contramão desse comportamento de consumo amplamente estimulado, surgiu o Slow Fashion, ou a “moda lenta”. Este é um movimento que questiona a necessidade de produzir, vender e comprar de maneira desenfreada. Esse conceito foi criado em 2007 pela inglesa Kate Fletcher, consultora e professora de design sustentável, em um artigo publicado no The Ecologist.
O conceito é uma adaptação do slow food, adotado por italianos na década de 90 e que contestava o desperdício de alimentos.
Fomos em busca de mais informações sobre o Slow Fashion, movimento crescente que busca novas formas de fazer moda. Agora, você confere tudo que a gente descobriu sobre essa tendência que está mudando a forma de consumo de muita gente!
O Slow Fashion a favor do consumo consciente
Na moda, o Slow Fashion busca por formas de estimular a conscientização para os danos sociais e ambientais do sistema atual de produção. A preocupação com um consumo mais racionalizado, aliás, parte da própria sociedade e já é apontado como tendência de comportamento pela WGSN.
Segundo uma pesquisa recente realizada pelo instituto, os consumidores estão desafiando o mercado de consumo e os antigos modelos econômicos.
O meio ambiente é um dos grandes beneficiados com o Slow Fashion, porque a matéria-prima é usada de forma sustentável. Com uma produção reduzida, também é menor o impacto ambiental, pois possibilita uma retirada mais equilibrada dos elementos da natureza. Nesta mesma linha, os processos de produção costumam ser mais ecologicamente corretos.
A vantagem para o consumidor é a certeza de produtos mais duráveis, resistentes e feitos com materiais de boa qualidade.
A indústria da moda de olho na sustentabilidade
A mudança de atitude do público está exigindo que indústrias, marcas e lojas, reconsiderem a estrutura de seus negócios. Isso porque as pessoas estão cada vez mais procurando por produtos duráveis, sustentáveis e que possam ser revendidos.
Para obter um tecido sustentável, é necessário o uso de matéria-prima com novas tecnologias, menos agressivas ao meio ambiente. Desta forma se estimula um comportamento de inovação e criatividade.
Abaixo você confere os pontos mais importantes que o movimento Slow Fashion propõe e procura estimular:
- Produzir roupas mais duráveis, com ciclo de vida maior;
- Priorizar a matéria-prima natural e produção local;
- Desenvolver coleções que refletem a cultura regional;
- Valorizar os consumidores próximos;
- Abraçar a diversidade;
- Produzir em menor escala;
- Levar em conta os custos sociais e ecológicos ao precificar;
- Desestimular a hierarquia entre estilistas, produtores e consumidores;
- Incentivar a consciência ética e reconhecer os impactos do consumo excessivo.
Como aplicar o conceito Slow Fashion na sua confecção
➡ Uma das ações mais urgentes no mundo da moda Slow Fashion tem sido a redução de emissões de carbono na atmosfera. Neste sentido, para sua confecção, opte por materiais com fibras recicladas, uso do transporte sustentável e embalagens recicladas;
➡ Reduza os gastos fazendo a economia girar na sua indústria. Reutilize sobras, e evite o desperdício durante a produção. Priorize a produção de peças com maior vida útil;
➡ A customização de peças está em alta e cada vez mais surgem técnicas diferentes de reaproveitamento. Ao invés de começar uma produção do zero, pense em reinventar com roupas de segunda mão. Use a criatividade com os recursos que você já tem;
➡ Monte e ofereça looks adaptáveis, que podem funcionar sozinhos e sobrepostos com alguma outra peça. As cores e estampas atemporais também podem fazer sucesso quando você pensa em uma coleção Slow Fashion.
Valorize os recursos da sua região
O mundo da moda é amplo e versátil. Diariamente somos inundados com lançamentos de coleções do mundo todo, mas uma forma de resistir a esta avalanche de novidades é investir na utilização de matéria-prima local.
Buscar por matéria-prima nas redondezas, valorizar produtores e recursos naturais locais é uma das alternativas para produzir peças únicas. O Slow Fashion preconiza que tudo o que estiver disponível na sua localidade deve ser explorado e usado da melhor forma possível, já o que não pode ser produzido na região, deve ser trocado e compartilhado.
O mundo está voltado para o Slow Fashion
Os novos consumidores estão cada vez mais sendo incentivados a procurar por marcas que se preocupam com a responsabilidade social. Por isso, se a sua marca está se preocupando com a redução de processos e lixos na produção, com sustentabilidade e em vender produtos duráveis e de qualidade, você está no caminho certo!
Procure priorizar e reciclar materiais, comprar matéria-prima de qualidade e durável. Invista também no posicionamento nas redes sociais, já que as mídias são uma fonte de pesquisa constante dos consumidores.
Ainda há um longo caminho a percorrer, mas é possível começar a mudar o mercado com pequenos passos. Que tal começar a rever seus processos produtivos e olhar com mais atenção para os aspectos sociais e ambientais do seu negócio? Se você quiser saber mais sobre moda, sustentabilidade e tendências, continue acessando nosso blog.
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