A história da calcinha

Hoje em dia, é possível encontrar diversos modelos de calcinha, dos mais variados tamanhos, cores e modelos. É difícil de imaginar, mas nem sempre foi assim! Na verdade, essa peça íntima surgiu por volta de 1550 e passou por diversas transformações ao longo do tempo.

Por isso, no blog de hoje vamos despertar sua curiosidade e explorar a história da calcinha! Afinal, se você trabalha com confecção, vale muito a pena saber como esse item, hoje tão importante, fez para se tornar parte da vida das mulheres. Então, vamos lá!

As primeiras versões da calcinha

Vamos começar pelo começo, quando a calcinha ainda não existia. Pois é, muito tempo atrás, as mulheres não usavam roupas íntimas como conhecemos hoje. Antes da criação das primeiras calcinhas, a peça era inexistente ou substituída por vestidos longos e saias volumosas.

Foi durante o período da Antiguidade, que as mulheres começaram a usar alguns panos ou tecidos de linho e lã para cobrir a região íntima. Mas, aqui, o único objetivo era proteger a pele e evitar irritações, e esse tecido não poderia ser vestido isoladamente.

Simultaneamente, em alguns locais da Europa e do Médio Oriente, as mulheres conheciam uma outra espécie de proteção íntima feita de tecido. Mas essa também não era uma peça separada. Na verdade, era uma parte da própria roupa, costurada em seu interior.

Assim, foi somente por volta do século XVI que surgiram as primeiras “calças” femininas. Uma peça única, usada por algumas mulheres nobres por baixo de suas vestimentas, como forma de proteção íntima.

Século XIX: o nascimento das roupas íntimas femininas

Com a chegada do século XIX, as antigas vestes volumosas vão dando espaço às primeiras versões do que antecedeu a calcinha moderna: as ceroulas. Feitas de algodão ou linho, essas peças eram compridas, soltas e, curiosamente, contavam com uma abertura estratégica entre as pernas, pensada mais para a praticidade do que para o conforto.

Sabemos que essa ainda não se tratava de lingerie como imaginamos hoje, mas foi o primeiro passo na busca por proteção e higiene feminina dentro da lógica da época.

Além disso, nesse mesmo período, o corpo feminino contava com outra peça marcante: o espartilho. Também como peça de moda íntima, ele era o responsável por moldar a silhueta, comprimindo a cintura e elevando o busto para atender aos padrões estéticos da época.

De todo modo, entre ceroulas discretas e espartilhos imponentes, o século XIX marca o início de uma transformação. Isso porque a roupa íntima feminina começou, pouco a pouco, a ganhar identidade própria, saindo da função puramente utilitária para começar a desenhar a sua própria história.

Século XX: conforto, moda e empoderamento

Foi ao longo do século XX que a calcinha finalmente começou a se parecer com uma calcinha de fato! Nesse momento, as antigas ceroulas cederam espaço a peças mais curtas, delicadas e desenhadas para acompanhar o corpo.

Nos anos 1920 e 30, a moda íntima feminina também ganhava novos contornos, principalmente por conta de nomes como Gabrielle Chanel, que lançou modelos com rendas e cortes que valorizavam o quadril. Assim, se antes as peças eram feitas para esconder, agora começavam a revelar conforto e, aos poucos, a atitude feminina.

Um grande salto veio com a chegada dos tecidos elásticos!

Sim, os elásticos deram asas ao design! Por conta disso, as calcinhas se tornaram mais funcionais, se ajustando ao corpo sem apertar.

Já nos anos 60, impulsionadas pelo movimento de liberdade sexual e pela onda feminista, as lingeries passaram a carregar novos significados. Então, não se tratava mais apenas de cobrir, era sobre expressar. Por isso, surgiram as cintas-liga, as meias 7/8 e, nos anos 70, a ousada tanga.

Graças ao desenvolvimento de tecidos como lycra, nylon e Dacron, a moda íntima se expandiu em possibilidades. Do rayon translúcido aos cortes inovadores, cada nova peça parecia acompanhar uma nova forma de pensar o corpo feminino, muito mais livre e confiante.

Os anos 1980 e 1990: explosão de estilos e visibilidade

Com a chegada dos anos 1980 e 1990, a lingerie já virou parte do look, aparecendo propositalmente sob blusas transparentes ou com o cós à mostra em jeans de cintura baixa. O modelo fio-dental, por exemplo, se transformou em símbolo de ousadia, enquanto a tanga, a cintura alta e até versões boxer conquistavam diferentes gostos e corpos.

Pela primeira vez, o mercado realmente oferecia variedade de formatos, cores, tecidos e estilos para a mulher!

Essa explosão de possibilidades dizia muito sobre as mulheres. Afinal, não era só sobre roupa íntima, era sobre visibilidade, liberdade e poder de escolha. Por isso, a lingerie passou a refletir um novo momento.

Nesse sentido, até as campanhas publicitárias da época falavam diretamente com a mulher moderna, independente e segura de si. Os elásticos, da mesma forma, se mostraram protagonistas com logos estampados, frases e designs marcantes.

A calcinha hoje

Hoje, a calcinha acompanha um momento de mudança e maior consciência na moda. Assim, nosso foco está no conforto, na funcionalidade e na representatividade dos corpos. Para isso, modelos com menos costura, tecidos respiráveis, cós mais macios e tamanhos amplos mostram como a indústria está mais atenta às necessidades do dia a dia.

Além disso, surgiram inovações importantes, como as calcinhas absorventes, que funcionam como alternativa sustentável aos absorventes descartáveis. Também é possível encontrar modelagens híbridas, que misturam características de diferentes estilos para atender demandas específicas.

Por fim, a moda íntima atual é mais prática e inclusiva, sem deixar de lado a variedade de estilos e tendências, mas priorizando o bem-estar.

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Até a próxima!