Conheça os diferentes tipos de fibras têxteis!

17 julho, 2024


11 min (tempo estimado de leitura)

Você já passou por situações em que uma roupa se prende no ferro elétrico quando passada? Ou quando um tecido é tão macio que parece que você está vestindo um algodão? Essas situações muitas vezes estão associadas às propriedades das fibras têxteis, às matérias-primas dos fios, utilizadas nas peças de vestuário.

As fibras têxteis dão forma ao tecido, ao elástico e demais produtos do ramo têxtil. Portanto, a partir delas, as características, sejam elas respirabilidade, durabilidade, resistência… ou qualquer outra, são conferidas às malhas e elásticos, por exemplo. Por isso, é importante conhecer as fibras envolvidas na produção dos artigos têxteis, afinal, suas propriedades vão influenciar diretamente o produto final!

Pensando nisso, a matéria de hoje de nosso blog vai explorar as fibras têxteis, desde as diferenciações de cada uma até a concepção do artigo e os cuidados de uso necessários. Então, vamos lá!

O que são fibras têxteis?

Fibras têxteis são filamentos ou fios que podem ser transformados em tecidos. Elas são como minúsculas linhas que, quando entrelaçadas ou fiadas, formam materiais que usamos para fazer roupas, tapetes, cortinas e outros produtos têxteis.

Assim, elas passam por um processo de fiar, para formar fios, e esses fios são depois tecidos ou tricotados para criar tecidos. Então, esses tecidos podem ser usados para fazer uma variedade de produtos!

Ou seja, se você for fazer um tecido como se fosse uma receita, as fibras seriam os ingredientes principais!

Fibras naturais x Fibras químicas

Em primeiro lugar, precisamos separar as fibras têxteis em dois grupos: as fibras naturais e as fibras químicas.

As fibras naturais têm origens naturais, podendo ser tanto vegetal quanto animal. Entre elas está o algodão, a lã, o linho… E durante muito tempo, somente as fibras naturais foram utilizadas na tecelagem. Apesar disso, com o crescimento dessas produções, surgiu a necessidade de se criar o que não havia na natureza.

Como consequência, as fibras químicas foram desenvolvidas. Estas são fibras produzidas em laboratório, e podem ser fibras químicas artificiais, aquelas obtidas pelo tratamento da matéria-prima natural, ou fibras químicas sintéticas, sintetizadas do petróleo.

Em sequência, vamos explorar os tipos de cada fibra, das fibras têxteis naturais às químicas!

Fibras naturais: algodão, linho, lã e seda

Algodão (CO)

Não se sabe ao certo a origem do algodão, mas acredita-se que ele surgiu simultaneamente em diversas partes do mundo. Como evidência, na Índia, existem registros do algodão sendo cultivado, fiado e tecido cerca de 3.000 anos a.C.; e no Peru, testes com Carbono 14 confirmam seu uso em vestimentas há milênios.

Mesmo passados tantos milênios, o algodão se mantém como a principal fibra têxtil! A maioria das pessoas pensa em primeiro lugar no algodão quando se fala de malhas! Da mesma forma, ainda que as fibras sintéticas tentem alterar sua posição no mercado, o algodão continua sendo preferido por conta de suas qualidades naturais, relacionadas a conforto, maciez e durabilidade.

Cada caroço de algodão desenvolve entre 1.200 a 1.700 fibras. Em relação às suas características, as fibras de algodão são finas e fortes, e garantem fios de alta qualidade. Além disso, a resiliência do algodão é baixa, por isso é importante umedecer o tecido antes de passar à ferro. Por fim, a exposição prolongada ao sol pode amarelar e degradar o algodão, então prefira armazená-lo em áreas escuras, secas e limpas para preservar sua resistência e aparência.

Linho (CL)

O linho é uma fibra extraída da planta Linum usitatissimum, e é também a fibra têxtil mais antiga do mundo. Isso se dá porque os traços de sua utilização datam 8 mil anos, sendo os tecidos de linho encontrados em tumbas egípcias, de aproximadamente 6000 a.C. Um fato curioso é que uma das principais peças de linho da história foi o Santo Sudário de Turim: lençol no qual o corpo de Cristo teria sido envolvido antes de ser levado para o Santo Sepulcro.

No setor têxtil, o linho pode ser utilizado para peças de vestuário, roupas de casa, decoração e fabricação de cordas. Cada produto utiliza fibras com determinados comprimentos, ficando as maiores para o vestuário e as menores para cordaria.

Do caule principal da planta do linho saem vários ramos, dos quais nascem as folhas, as flores e as cápsulas. No interior da casca há células longas, delgadas e com espessas paredes, que compõem os elementos fibrosos. Em relação às suas características, o linho absorve umidade com rapidez, mas também a perde, por evaporação, com maior velocidade do que qualquer outra fibra vegetal!

Lã (WO)

Uma das principais fibras naturais animais, a lã apresenta uma ótima qualidade têxtil. Ela pode ser misturada a outras fibras em virtude da sua excepcional fiabilidade. Dessa forma, a lã possibilita tanto a elaboração de peças de vestuário, quanto tapeçarias para decoração.

Em geral, a Lã é extraída das ovelhas pelo processo de tosquia, a retirada da lã bem rente ao corpo do animal. Esse processo pode acontecer uma ou duas vezes ao ano. Essa fibra é conhecida pelo isolamento térmico, elasticidade e capacidade de absorver umidade sem perder o calor. Além disso, a lã é durável e biodegradável!

Seda (S)

Segundo a lenda, por volta de 2620 a.C., a imperatriz chinesa Xi-ling Shi estava tomando chá no jardim, sentada sob uma amoreira, quando um casulo caiu em sua xícara quente, fazendo uma ponta de filamento aparecer. Ao desenrolar o casulo, descobriu-se que ele produzia um fio que podia ser tecido. Assim surge a seda!

A seda é uma fibra natural conhecida por sua suavidade, brilho e luxo. É leve, forte e possui uma excelente capacidade de isolamento térmico. Portanto, ela mantem o calor no frio e a frescura no calor. Essa fibra também é hipoalergênica e absorve bem a umidade. Dessa forma, ela permite a transpiração. Além disso, suas características a tornam ideal para peças mais finas e elegantes.

Fibras Químicas: viscose, poliamida, poliéster, acrílico e

Viscose (CV)

A fibra química chamada de viscose provém, justamente, de uma solução viscosa, obtida pelo tratamento da celulose. Para isso, a celulose, retirada do miolo de algumas árvores, é dissolvida em soda cáustica, e depois, inserida num banho de ácido sulfúrico e sulfato de soda.

Em relação às suas características, os fios e fibras da viscose são semelhantes ao algodão em absorção de umidade, resistência a tração, maciez do toque e caimento. No entanto, a viscose é pouco resistente quando molhada. Isso porque ela encolhe e amarrota com facilidade, e pode amarelar ou desbotar com a transpiração. De todo modo, é um tecido leve e fresco, ideal para o verão!

Poliamida (PA)

Quando falamos de poliamida, estamos falando de nada mais nada menos que o nylon (ou náilon)! Essa fibra sintética foi inicialmente utilizada na década de 1930, em paraquedas e depois meias e vestuário em geral. Criado por Wallace Carothers, químico da DuPont, o nylon foi a primeira fibra produzida industrialmente e é considerado o mais nobre entre os fios sintéticos.

A poliamida é usada tanto sozinho quanto combinada com outras fibras. Essa fibra têxtil é leve, macia, resistente ao uso, fungos e traças, não encolhe nem deforma, e tem fácil tratamento e secagem rápida. Além disso, ela é sensível à luz e aquece pouco, por isso favorece a transpiração do corpo nas peças que utilizam tecidos desse fio.

Poliéster (PES)

O poliéster, ou tergal, é uma fibra têxtil amplamente utilizada em malharia e tecidos planos, podendo ser combinada com outras fibras químicas ou naturais. Caracteriza-se por sua alta resistência à tração, boa estabilidade dimensional e baixa capacidade de absorção. Por ser uma das fibras mais econômicas, aplicação do poliéster acontece em uma variedade de produtos tradicionais, como camisas, calças, lençóis e cortinas, além de ser utilizado em segmentos de não tecidos, como enchimento de edredons e agasalhos, filtros e mantas impermeabilizantes.

Produtos de poliéster garantem facilidade de lavagem e secagem rápida, e podem ser lavados em máquinas. No entanto, o atrito com as paredes da máquina pode causar a formação de pilling (bolinhas) nos tecidos. Assim, essa versatilidade e praticidade tornam o poliéster uma escolha popular tanto para vestuário quanto para produtos domésticos e industriais. Isso porque ele oferece durabilidade e facilidade de manutenção a um custo acessível.

Acrílico (PAC)

O acrílico é uma fibra química com um consumo relativamente baixo em comparação com outras fibras sintéticas. Apesar disso, ela se destaca como a melhor substituta da lã. Suas principais características incluem bom isolamento térmico, boa resistência, secagem rápida e estabilidade térmica.

 Na indústria têxtil, utilizar o acrílico na confecção de revestimentos para paredes, carpetes e outros artigos de decoração da casa é ideal. No vestuário, a aplicação dessa fibra  geralmente acontece em peças de inverno. Isso porque ela tem uma boa capacidade de manter o calor e proporcionar conforto em temperaturas mais baixas.

Elastano (PUE)

Elastano é uma fibra química obtida do etano, mais conhecida pelo nome comercial Lycra® – inventada e registrada pela DuPont. Ela caracteriza-se fundamentalmente por seu alto poder elástico, que permite que as roupas se estiquem e retornem à forma original. Sendo assim, a aplicação do elastano em roupas que exigem liberdade de movimentos é essencial!

As fibras elastômeras exercem papel complementar em relação as demais fibras têxteis. Apesar disso, elas desempenham um papel muito importante na mistura com outras fibras têxteis, como algodão e poliéster.

Aliás, sem essa fibra, não teríamos elásticos. Portanto, o elastano é com certeza o componente mais essencial para nós!

Agora você já conhece tudo sobre fibras têxteis! Esse artigo te ajuda a compreender os materiais utilizados em cada aviamento Zanotti. Dessa forma, você tem mais conhecimento para escolher o melhor elástico para as suas criações.

Continue por aqui para se manter atualizado(a) e entre em contato para saber mais. Agradecemos e até a próxima!


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